Escrever, deixar correr a mão... Contar histórias, narrar, traduzir. Proteger nossas florestas, nossos índios, nossa cultura, nossa arte e nossos artesãos. Escrever, sempre!
sábado, 28 de maio de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Sem título
Na hora do almoço quero permanecer de pé. Os dias passam
e as manhãs se mostram como algumas maratonas que não são
nunca vencidas.
A tarde soa mais longa, às vezes, interminável.
As minhas horas são como as marés. Às vezes, com fortes
arrebentações que se montam nos textos e outras tantas
como um mar sereno - quase um lago - que reflete o trabalho
das horas de escuta e silêncio. Mas, há as tardes que não
acontecem.
(do livro Outonos, montagem incompleta, p.145)
e as manhãs se mostram como algumas maratonas que não são
nunca vencidas.
A tarde soa mais longa, às vezes, interminável.
As minhas horas são como as marés. Às vezes, com fortes
arrebentações que se montam nos textos e outras tantas
como um mar sereno - quase um lago - que reflete o trabalho
das horas de escuta e silêncio. Mas, há as tardes que não
acontecem.
(do livro Outonos, montagem incompleta, p.145)
terça-feira, 24 de maio de 2016
Fábula (2) de Régis Bonvicino
A borboleta é uma ficção às avessas
raios atravessam as letras
chove uma chuva seca
o brinco-de-princesa é uma realidade extra
o ipê-amarelo é uma palavra déspota
sem cheiro
a dália-gigante é agora uma flor sem pétalas
a alga polui o lago em abstrato
não há saídas para a névoa
a palavra morre de véspera
a borboleta se transforma em pedra
sua asa, no entanto, se projeta
Poema do livro Estado Crítico, p. 49.
raios atravessam as letras
chove uma chuva seca
o brinco-de-princesa é uma realidade extra
o ipê-amarelo é uma palavra déspota
sem cheiro
a dália-gigante é agora uma flor sem pétalas
a alga polui o lago em abstrato
não há saídas para a névoa
a palavra morre de véspera
a borboleta se transforma em pedra
sua asa, no entanto, se projeta
Poema do livro Estado Crítico, p. 49.
domingo, 22 de maio de 2016
Sobre Um teto todo seu
O corpo na cama quente recolhe o texto de Virginia.
O cenário quieto do quarto ainda respira. Quase não penso.
As páginas do diário de Virginia relatam um domingo de
Páscoa. 1919.
Com mãos e palavras ela escolhe dizer não às pausas.
Escreve conforme dita
o humor. Afirma:
é preciso esforço para
encarar um personagem.
Algo solto pode se
transformar em desleixo.
Importa descobrir: a
matéria vital, vaga e errática.
E, encontrar outro uso
... na ficção.
Volto às páginas do livro – do balbucio ao grito.
Encontro outros significantes e retomo a escrita.
Esqueço o que resta a viver.
Não penso no Tempo.
As palavras se apertam no corpo de um poema.
E não se deslocam do sentido primeiro.
A personagem poderia vir a ser Virginia,
no leito quente!
segunda-feira, 16 de maio de 2016
quinta-feira, 12 de maio de 2016
Poema recente em exercício
1.
Um vento assombrado sopra na tarde. As páginas do livro
correm e os galhos das árvores se dobram. Ruídos de automóveis. A mulher idosa
deixa os cabelos fugirem e a saia de pregas miúdas da menina se ilumina no vendaval.
Só o outono escuta os cantos dos pássaros. As janelas da sala
seguram o vento assombrado. Os olhos circulam nas manchetes do jornal. Acompanham
as folhas que deslizam de um lado ao outro. O final do dia não ganha um ponto
final.
2.
Qualquer lugar é pretexto: (política e texto?)
Um poema trafega na página clara.
O céu escurece o azul.
As letras e os pontos não desabrocham.
Insistem na vertical do verso.
O pensamento circula em ângulos agudos.
Mãos embaralhadas catam a exclamação
que (quase) não surge.
sexta-feira, 6 de maio de 2016
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