Enquanto os homens discutem
assuntos banais a nossa floresta queima!
As Nações do mundo vociferaram,
mas nada aconteceu nesta urgência primeira que não foi olhada de forma forte o
suficiente para sanar o mal que nos acontece; os homens deste nosso tempo gostam
de olhar o próprio umbigo (se quisermos usar uma expressão mais banal)!
A humanidade padece de seus
próprios atos. E já houve momentos piores. De Sigmund Freud a Hannah Arendt,
tão lidos e admirados, e ainda - em um caminho pouco aclamado aqui no Brasil - temos
os textos do escritor alemão Stefan Zweig que nos chamam a refletir sobre a
urgência dos perigos de atos realizados contra a própria humanidade.
Enquanto isto as tvs alardeiam o Nada
de forma tão inconsequente. Noticiários gostam de falar
de economia, e do sobe e desce da bolsa de valores e do dólar. Enquanto o nosso mundo deixa
queimar a floresta, enquanto os gastos com as pesquisas de nosso país são sucateados
e até os jovens pesquisadores perdem
suas “bolsas de iniciação científica”, enquanto a educação caminha sem rumo,
enquanto o índice de assaltos nunca foi tão alto, enquanto não se fala de arte
e literatura em canal aberto, enquanto os homens ricos do país não financiam a
saúde, enquanto os jogadores de futebol são as estrelas que brilham,
enquanto... “o vazio” toma conta de tudo.
E me lembro de um tempo de muitas esperanças, de
mais harmonia e menos mentiras a céu aberto, enquanto os peixes nos alimentavam
de forma sadia sem os sacos plásticos vazados em seus intestinos nem os borbulhantes
vasilhames de plástico inundando os nossos oceanos.
Aqui mesmo, ao meu redor, já vivi dias de alegria com as
praias limpas o suficiente para um mergulho no final de semana. Enquanto penso,
o sol chama lá fora os mais desavisados que caminham buscando praias poluídas e cerveja sem pensar em mais nada.
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2019